São Paulo - A noite de 4 de julho de
2012 entrou para a história do Corinthians. Nesse dia, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, no
Pacaembu, o Timão conquistou a Copa Libertadores da América de forma invicta. É
o primeiro título da competição continental da história do clube.
Ao conquistar o título
sul-americano em sua décima tentativa, o Corinthians se iguala aos seus rivais
São Paulo, Santos e Palmeiras, a Cruzeiro, Flamengo, Vasco, Grêmio e
Internacional como os brasileiros campeões da Libertadores. Mais importante,
quebra a sina de não ter títulos continentais - e de forma invicta, algo que
ninguém conseguia desde 1978.
Agora, entre os dias 6 e 16 de
dezembro, o Corinthians disputará o Mundial de Clubes no Japão. Em busca do
bicampeonato (venceu em 2000), o time brasileiro já tem como adversários o
mexicano Monterrey, o neozelandês Auckland City e o inglês Chelsea, campeão da
Europa.
Consagração
Com título, aos 51 anos de
idade, o técnico Tite também escreve o nome definitivamente entre os principais
treinadores do Brasil. Além da importância natural da conquista, ele será
lembrado para sempre por ser um dos responsáveis por acabar com um dos maiores
fantasmas do futebol brasileiro, já que o torneio continental era o principal
sonho da torcida corintiana.
Chamado de retranqueiro em
muitas oportunidades, foi ele quem imprimiu o estilo marcador a este
Corinthians, que tem justamente em sua defesa a maior virtude. A
invencibilidade ao longo dos 14 jogos da competição só foi conquistada graças à
consistência dada pelo esquema de jogo do treinador.
Na equipe de Tite, todos têm
alguma função defensiva, principalmente se levarmos em conta a formação que
terminou o torneio como titular. Jorge Henrique e Emerson eram os dois
atacantes, no esquema 4-4-2, mas não era raro vê-los defendendo, marcando os
laterais adversários. Em alguns momentos, como no primeiro jogo contra o
Santos, Jorge Henrique chegou a marcar o atacante do rival - no caso, Neymar.
Foi desta forma, também, que o
treinador garantiu uma defesa quase intransponível ao longo da competição. Na
fase de grupos, por exemplo, foram apenas dois gols sofridos em seis partidas
disputadas.
Mas para chegar a esta
conquista e escrever seu nome de vez na história do Corinthians, Tite precisou
superar diversos obstáculos. Contratado no final de 2010 para sua segunda
passagem pelo clube, o treinador viu seu time sucumbir ao Fluminense e ficar
com a terceira colocação no Brasileiro daquele ano, depois de ter o título
praticamente nas mãos.
Com isso, a equipe acabou indo
para a fase preliminar da Libertadores do ano seguinte e foi aí que ele sofreu
o golpe mais duro no comando do Corinthians. Diante do inexpressivo Deportes
Tolima, o time brasileiro acabou caindo, depois de um empate por0 a0 no
Pacaembu e uma derrota por2 a0 na Colômbia.
Agora, Tite escreve seu nome na
história do Corinthians e se consagra como o treinador que venceu todas as
adversidades e deu ao clube o título mais sonhado em 102 anos.